terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Zona sul de Porto Alegre atrai pela qualidade de vida

Imóveis valorizam à medida que demanda aumenta e serviços e comércios se estabelecem na região

Os porto-alegrenses parecem descobrir as vantagens de viver nos bairros da Zona sul de Porto Alegre, região da cidade ligada à qualidade de vida. O ar é diferente pertinho do Guaíba: o clima parece mais tranquilo, as construções mais horizontais e, recentemente, os bairros tornaram-se quase independentes do Centro, com opções de lazer, comércio e serviços.

Os dados do Sindicato Intermunicipal das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis e dos Condomínios Residenciais e Comerciais (Secovi-RS) comprovam valorização dos usados na região. Em abril de 2013, a média de um apartamento com três dormitórios no bairro Tristeza ficava em R$ 370,5 mil. Em julho de 2014, o mesmo tipo de imóvel girava em torno de R$ 442,4 mil. Na Vila Assunção, uma casa de três dormitórios, em 2013, poderia seria adquirida, em média, por R$ 700 mil. No levantamento mais recente, os valores ficam em torno de R$ 890 mil.

Os dados da Dimóvel, imobiliária tradicional da região, mostram-se ainda mais positivos: a valorização dos usados nos bairros chegou a 95% nos últimos cinco anos e a perspectiva é de que a região mantenha o ritmo positivo. A avaliação é do diretor da empresa, Rodrigo Albuquerque. A variação ficou acima da média de mercado. Segundo pesquisa do sindicato, a alta dos preços dos imóveis usados em Porto Alegre no período foi de 50%.

“A Zona Sul sempre teve uma imagem positiva de qualidade de vida por estar mais próxima do Guaíba, contar com bairros residenciais arborizados, ter clima de maior proximidade com a natureza. Hoje, a região mantém essas características com o diferencial de oferecer muito mais opções de lazer, gastronomia, comércio e serviços”, destaca Albuquerque.

Em 2009, uma casa de três dormitórios vendida pela Dimóvel custava R$ 300 mil. Hoje, vale R$ 585 mil. Um apartamento com o mesmo número de quartos passou de R$ 280 mil para R$ 540 mil. Segundo o diretor da imobiliária, a demanda provocou valorização também nos aluguéis. Em cinco anos, a alta chegou a 60%.

Para Paulo Roberto Maffioletti, gerente da Canadense Corretores Associados, a tendência é a cidade deslocar-se para a Zona Sul, uma vez que ainda há espaço para construções. “A valorização se dá conforme a procura. Ainda é possível encontrar casas de qualidade que, em outros lugares, dobrariam de valor”, analisa. Jovens casais, que começam a constituir família e já pensam em qualidade de vida, caracterizam o público que busca usados na região, segundo o gerente. Imóveis com três dormitórios e duas vagas de garagem são os mais atrativos a esse público.

Para Elsi Peiter, da Peiter Assessoria Imobiliária, a Zona Sul chama a atenção pelas áreas verdes preservadas, pela proximidade do rio e, ainda, pelos preços acessíveis em relação às outras regiões “nobres” da cidade. “A região tem se tornado cada vez mais independente do Centro. Investimentos de construtoras e incorporadoras trazem mais gente para a região, desenvolvendo serviços, lazer, comércio”, comenta. Obras de infraestrutura e acesso à Zona Sul também facilitam o dia a dia. “Em tempos modernos, as pessoas querem perder menos tempo se deslocando”, pontua o assessor imobiliário.


No entanto, o futuro do mercado ainda cria incertezas. Para Peiter, é possível perceber a valorização, “mas a estagnação do mercado pode acarretar em redução de valores, principalmente dos imóveis usados”, comenta.

Fonte: Pense Imóveis

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