Para ter uma vida boa, não é preciso uma casa grande nem
muitos móveis. Aliás, talvez você ganhe um cotidiano mais fácil depois de
limpar sua casa de alguns objetos e mudar-se para um local menor.
É isso que defende o arquiteto Graham Hill, fundador da Life
Edited, uma empresa de design para quem mora em espaços pequenos. “Estamos
confundindo espaços grandes com qualidade de vida”, resume o profissional, que
ajudou a projetar apartamentos de 19 m² em São Paulo e vive em um de 38 m², em
Nova York.
Com isso, a ideia é mostrar como evitar os erros na decoração de ambientes pequenos e tornar o espaço mais funcional!
ERRO: Não planejar a casa de acordo com suas necessidades.
Se você recebe visitas raramente, as cadeiras a mais na sala apenas desperdiçam
espaço. Vale à pena encontrar-se com os amigos e parentes em um parque ou
restaurante. Caso nunca leia os livros que guarda, vale à pena doá-los e
liberar espaço nas prateleiras.
COMO EVITAR: Faça escolhas. “Você precisa decidir o que é
mais importante para você”, diz Hill. Reflita sobre seu estilo de vida e
escolha quais objetos vale à pena manter e quais funções a casa deve comportar.
Se você não souber suas reais necessidades, perderá espaço e qualidade de vida.
UM BOM EXEMPLO: Sala integrada à cozinha. Para aumentar o
espaço, a arquiteta Maristela Bernal abriu mão das divisórias entre sala e
cozinha. Integrar sala de estar, cozinha e home-office significou, é claro,
abrir mão das fronteiras entre esses cômodos. O espaço de 14,5 m² fica em um
apartamento de Salvador.
ERRO: Comprar por impulso. Quem compra em excesso acaba
tendo que disputar a casa gadgets, enfeites e móveis que não usa nunca.
COMO EVITAR: Antes de comprar, pergunte-se se realmente
precisa do objeto. E se a necessidade for emocional? “Você precisa mudar essa
necessidade, caso vá viver em um espaço pequeno”, afirma o arquiteto Graham
Hill, especializado em espaços pequenos.
UM BOM EXEMPLO: Quarto de duas irmãs. Poucos móveis deixam
bastante espaço para duas meninas de 8 e 11 anos brincarem nesse quarto pequeno
de Curitiba. As arquitetas Helaine Pinterich e Ester Kloss projetaram o
ambiente.
ERRO: Manter eletrodomésticos pouco usados. Não vale a pena
comprar eletrodomésticos que usará poucas vezes durante o ano. A não ser que
você seja aficionado por massas resista à tentação de ter um fazedor de pães. A
mesma regra vale para a máquina de fazer pipoca, sorvete ou crepes. Dependendo
do seu estilo de vida, vale à pena abrir mão até do forno!
COMO EVITAR: Use os serviços da cidade. Apartamentos no
centro da cidade costumam ser pequenos por causa do alto preço dos terrenos,
valorizados por comércio e infra-estrutura nas proximidades. Em vez de gastar
espaço, use serviços como rotisserias, padarias e o pipoqueiro.
UM BOM EXEMPLO: Cozinha em apartamento de 49 m². Feita para
um casal sem filhos, esse apartamento trocou o excesso de eletrodomésticos por
espaço. As cores claras ampliam o ambiente. A arquiteta Karla Madrilis projetou
o espaço em Brasília.
Por que viver com menos?
O canadense aprendeu a viver com pouco depois de, quem
diria, lidar com o excesso. Hill ficou milionário antes dos 30 ao vender a
empresa que fundou, uma consultoria de internet. Comprou um casarão na cidade
de Seattle, Estados Unidos. Preencheu com móveis e eletrodomésticos. Comprou dois
carros e uma infinidade de aparelhinhos eletrônicos. Mudou-se para Nova York,
onde alugou um loft descolado. Até contratou um personal shopper.
Nesse período, o empresário descobriu que novidades perdiam
rapidamente a graça rápido, mas exigiam constante energia para manter,
transportar e gerenciar. A lição ficou clara depois que resolveu viajar pelo
mundo com Olga, uma bela andorrana. Ele se descobriu feliz da vida longe de
seus bens - morando em diferentes cidades do mundo e carregando apenas roupas,
laptops e produtos de higiene nas viagens.
Quando o namoro acabou, o arquiteto resolveu simplificar a
vida. Vendeu a casa (não sem muita burocracia) e se mudou para outro
apartamento em Nova York, dessa vez com 39 m². No espaço, trabalha e recebe até
doze amigos – dois podem passar a noite por lá. O apartamento teve tanta
atenção da imprensa que Hill abriu a Life Edited.
Fonte: Casa Abril